Responsável por centenas de processos e dono de uma relação íntima com o ser humano
Está com um problema relacionado à suas condições empregatícias? Ou algum funcionário tem dado dor de cabeça? Se quiser levar o caso à Justiça, o seu próximo passo é procurar um advogado trabalhista.
O profissional é um dos mais requisitados na área jurídica. Os números de um levantamento feito pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) mostraram que somente em dezembro de 2017, foram 84,2 mil ações recebidas em primeira instância por tribunais trabalhistas de todo o país.
Consequentemente, para atuar nesta área, o profissional tem que saber lidar, acima de tudo, com pessoas.
“Não importa em qual lado da mesa você esteja: do empregado, empregador, juiz ou membro do Ministério Público. Você tem que gostar de gente. É um pressuposto fundamental. Não dá pra atuar nesta área tendo dificuldade com trato de pessoas”, enfatiza Fabio Rapp, advogado há mais de 10 anos e professor de Direito do Trabalho no Centro Preparatório Jurídico (CPJUR).
Como atua
O advogado trabalhista é o responsável por defender os interesses de empregadores ou empregados. Ele atua nas relações de emprego na forma da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) em questões como:
- rescisões;
- férias;
- pagamento de comissão;
- desvios de função;
- cálculos de horas extras e entre outras.
Há uma justiça própria para ações trabalhistas. Então, o profissional precisa lidar com uma lei especializada. Assim, estar atualizado às leis do segmento é mais que uma necessidade.
“As atualizações fazem parte do Direito. As expressivas não acontecem todos os dias, mas estamos sempre preparados. Então, quem quer estar nesta área precisa estar sempre atento”, alerta Rapp.
A Justiça do Trabalho está por todo o Brasil: são 24 regiões e cerca de 1.400 varas. Por conta disso, suas decisões costumam ser mais ágeis que a Justiça comum.
A rotina de um advogado trabalhista
Muitas horas de serviço e diversos processos para tomar conta. De forma resumida, é assim que funciona a rotina de um advogado da área trabalhista.
Fabio Rapp, por exemplo, cuida de, em média, 500 processos sozinho. A realidade foge da ficção, onde um advogado cuida de apenas um caso durante toda a trama.
“Advocacia bonita é a de novela. A nossa realidade é muito diversa disso. Trata-se de uma advocacia de volume. São muitos processos e consequentemente muitos prazos a serem cumpridos”, conta.
Pelas inúmeras ações e o fato de precisar estar sempre atualizado, a vida social acaba sendo deixada de lado em alguns momentos.
“Muito por conta do sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe), que facilitou pro advogado trabalhar de casa. Facilitou de um lado, mas de outro sacrifica o convívio familiar”, diz.
Salário
O salário de um advogado trabalhista varia e depende de uma série de quesitos, como local de atuação e do contratante. Alguém experiente terá um faturamento maior que alguém novo na área.
Para um júnior, a média salarial no Brasil é de R$ 3.185, podendo chegar a R$ 5.000, segundo dados da Catho.
Do outro lado, um profissional sênior com mais de oito anos de experiência pode receber algo superior a R$ 15.000.
O bate papo completo com o professor e advogado trabalhista Fabio Rapp pode ser assistido em nosso canal no Youtube, no quadro CPJUR Carreiras.
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