Conheça algumas peculiaridades da profissão e os principais desafios de um profissional da área
Uma carreira capaz de combater desde o tráfico de drogas até os crimes financeiros. Estamos falando de um super-herói? Como em todas profissões, o Delegado Federal também pode ser considerado um.
Responsável por conduzir as investigações atribuídas à Polícia Federal, nas mais variadas áreas, o delegado federal possui uma rotina atípica. Sua atuação pode acontecer até mesmo na floresta Amazônica, por exemplo. São extremos vividos diariamente.
“A nossa rotina é não ter rotina. Nunca os dias são sequer parecidos”, explica Rafael Dantas, Delegado de Polícia Federal e professor do CPJUR.
“É muito dinâmico. Existem dias que são necessárias reuniões, levantamentos nas ruas, contato com a equipe, receber as vítimas, desmembrar uma organização criminosa. Então, existe pouca rotina. Não é uma carreira que vai te deixar entediado”, conta.
As classes da carreira de um Delegado Federal
Na corporação, os delegados são divididos em quatro classes. Os recém-empossados iniciam o cargo na terceira. Nesta classe, entre outras atividades, eles realizam a apuração de infrações penais que estão previstas na lei, coordenam e supervisionam equipes de trabalho.
A atuação pode ser em diversas áreas, como na polícia judiciária da União e na polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.
Na segunda classe, o delegado tem uma função mais institucional, que visa melhorias da cooperação. Ele coordena projetos de formação e especialização policial; além de estudos e pesquisas sobre métodos e técnicas do trabalho policial.
Na primeira classe, ele tem como atribuição planejar ações e, posteriormente, avaliar os resultados na sua área de atuação.
Por fim, estão os delegados de classe especial, responsáveis pela instrução e orientação dos demais policiais e servidores administrativos, além de atuarem em missões diplomáticas.
Quais os critérios de promoção
De acordo com o que está estabelecido no Decreto 7014/2009, são requisitos para promoção nos cargos da carreira na Polícia Federal:
I – exercício ininterrupto do cargo:
a) na terceira classe, por três anos, para promoção da terceira para a segunda classe;
b) na segunda classe, por cinco anos, para promoção da segunda para a primeira classe;
c) na primeira classe, por cinco anos, para promoção da primeira para a classe especial;
II – avaliação de desempenho satisfatória; e
III – conclusão, com aproveitamento, de curso de aperfeiçoamento.
Quanto ao salário, a remuneração inicial é de R$ 21.644,37 (para um delegado de primeira classe), podendo chegar a R$ 30.936,91 (aos delegados de classe especial).
A jornada rumo à aprovação
Rafael Dantas concluiu a graduação em 2001. A partir daí, já começou a se preparar para o concurso de Delegado Federal. Fez a prova em 2002 e a aprovação veio de imediato. Tomou posse em 2004 e deu início à sua jornada na carreira policial.
O segredo de alcançar o sucesso tão rápido? De acordo com ele, não há. O importante é o candidato se esforçar ao máximo e ter humildade para reconhecer que é impossível saber de tudo. “Não é sempre o mais inteligente que é aprovado, e sim o mais esforçado”, destaca.
“Foi uma rotina de muitos estudos, de uma preparação física. No começo, ninguém está acostumado a estudar cinco, seis, 10 horas por dia. Então, nos finais de semana eu cheguei a estudar até 12 horas. E sempre com essa persistência, revisando a matéria”, reforça Dantas.
O conteúdo que precisa ser estudado é denso, mas o estudante precisa estar alerta com o que recebe de informação. Dantas explica que nem tudo o que a imprensa diz sobre a Polícia Federal é o que o concurseiro precisa saber para a prova.
“A mídia vai dar a versão dela e, a depender do canal de comunicação, ele vai ter um viés ou a favor ou contra. Existem muitos mitos criados pela mídia sobre colaboração premiada, crimes financeiros e lavagem de capitais que não correspondem com a realidade jurídica. Então, um aluno que for estudar para o concurso de Delegado precisa ficar bem atento e distinguir entre o mito que a mídia traz e a realidade jurídica que é exigida na prova”, alerta.
Comportamento social
Outra atenção dada por Dantas é em relação ao comportamento da pessoa quando alcançada a aprovação. Uma vez que ela passa a exercer a profissão de Delegado Federal, a conduta social pode mudar.
“As amizades precisam ser muito bem selecionados. Além dos locais que você vai frequentar, se tem uso de drogas, prostituição. É necessário se afastar. Cuidado também com a segurança pessoal. Você é um policial que anda armado, então existe todo esse cuidado no dia a dia”, alerta Dantas.
A entrevista do professor Rafael Dantas faz parte da série CPJUR Carreiras, em nosso canal no Youtube. Assista o bate-papo completo e inscreva-se para receber todos os vídeos da série.
Gostou? Aqui no blog do CPJUR você encontra um guia de muitas outras carreiras jurídicas. Clique aqui e veja qual mais combina com você.