Conversamos com alguns professores do CPJUR que tiveram, recentemente, de enfrentar os desafios iniciais da carreira jurídica
Ser advogado é a profissão que boa parte dos estudantes que saem do Ensino Médio querem ter. Pelo menos é o que apontou a pesquisa “Processo Decisório no acesso à Educação Superior”, feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).
Com 7% dos votos, o curso de Direito ficou em primeiro lugar entre as opções votadas. Ao todo, foram entrevistadas 1.200 pessoas, entre pais, alunos e egressos do Ensino Médio.
“O Direito abarca a vida em sua inteireza. Seja no instante em que começamos a trabalhar (direito do trabalho), pagamos tributos (direito tributário) até o momento de nossa aposentadoria (direito previdenciário). Fora que no perfazer da vida realizamos diversos contratos, nos casamos e morremos (tudo abarcado pelo direito civil)”, explica Fernando Gentil, professor de Direito Penal do CPJUR.
Felipe Pelegrini, que leciona aulas de Tributário, complementa ao dizer que o Direito é um “curso base para vários ramos de atuação”.
“O Direito funciona não só como uma escolha em si, mas para te dar uma base jurídica para relações de convivência, para você ser um empresário e, claro, ter as noções básicas”, explica.
As dificuldades iniciais
Uma vez formado, qual caminho seguir?
Questionamento comum que surge na cabeça de milhares de jovens que concluem a graduação.
Com o diploma em mãos, existem diversas opções para escolher. Uma delas, caso ainda não tenha sido aprovado no OAB, é estudar para conquistar a carteirinha vermelha. Somente com ela é possível advogar e prestar alguns concursos públicos.
Com Pelegrini foi assim. Logo aos 22 anos começou a advogar e viu, de perto, as dificuldades do dia a dia no mundo do Direito.
“A teoria ensinada na faculdade é totalmente diferente da prática jurídica diária. O aprendizado é constante, tudo é novidade”, destaca. “Foi preciso um estudo diário, conselhos de outros profissionais e mente aberta para saber que iria errar muito até aprender e, quando minimamente aprendesse, continuaria errando, pois isso faz parte do aprendizado”, lembra.
Hoje, aos 27, além de advogar, também trabalha na docência, preparando alunos que almejam a aprovação no Exame da Ordem.
A carreira de advogado de Fernando Gentil, porém, foi um pouco mais diferente.
Formado e já advogando, optou por estudar para concursos. Via na família, composta por membros do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, o espelho ideal.
“Em pouco tempo já havia passado no concurso para lecionar na faculdade em que me graduei. Me apaixonei pela docência. E, entre uma causa e outra, com observar de que é possível fazer a diferença na advocacia e do tanto que ela é apaixonante, decidi por abrir meu escritório e me dedicar exclusivamente a ela”, conta.
As dificuldades de se inserir no mercado
Para Fernando Gentil, a inserção no mercado de trabalho, por ter aberto o próprio escritório, foi a parte mais difícil.
“Não só pelo fato de tardar um tempo para as pessoas começarem a te conhecer e te indicarem; mas, principalmente, pelo fato de não termos matérias voltadas para gestão de escritório e em como prospectar clientes”, lembra.
Para superar tudo isso, foi necessário ter paciência e entender o mercado de atuação e traçar o tipo de escritório que gostaria de ter.
“Com tais ponderações bem tracejadas, ficou mais simples de esboçar o nicho de atuação e as estratégias que seriam imprescindíveis para prospectar clientes. Entretanto, é importante pontuar que entraves sempre se farão presentes. Não só pela razão de a advocacia ser muito dinâmica e precisar se adaptar, constantemente, às mudanças oriundas do mercado de trabalho”, diz.
Os desafios de um jovem advogado
Além da estratégia e amadurecimento, também é preciso frieza e muito estudo, como já destacado por Felipe Pelegrini.
“O maior desafio é não querer que as coisas sempre saiam do seu jeito, no seu tempo. Muitas vezes, você precisa ter muito sangue frio e estômago para poder olhar para determinada causa de forma imparcial e, assim, procurar a melhor solução. Não tem jeito, certos problemas tocam no coração da gente, pois vivemos ou conhecemos histórias muito próximas ao que defendemos naquela jornada”, afirma.
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