Conheça músicas que tratam do Direito – Rock nacional
O estilo musical criado nos EUA no final dos anos 1940 e começo dos 50 vem sofrendo uma queda de produção nos últimos anos, principalmente com a ascensão de outros gêneros musicais no Brasil, como o sertanejo e o funk.
Porém, não há como negar: o gênero revolucionou o modo de como fazer música. Bill Haley e Elvis Presley são considerados os dois grandes nomes, com fortes influências vindas do blues.
Já no rock nacional há diversos grandes nomes que representam o gênero, desde bandas até figuras icônicas. Conheça quais são eles e as composições que usam o direito e o universo das leis como inspiração.
Rock nacional:
#1 Charlie Brown Jr. – Confisco
A banda de rock formada na cidade de Santos, em São Paulo, foi trilha sonora da vida de muitos jovens durante os anos 2000.
Com um estilo musical próprio, CBJR, como era conhecido pelos fãs, misturava uma série de estilos musicais nas suas composições: hardcore, reggae, rap e punk.
Fundada por Alexandre Magno Abrão, o Chorão, o grupo está como a segunda banda mais ouvida no exterior, atrás apenas do Sepultura, de acordo com divulgação do Deezer de 2015.
A banda ficou conhecida pelas letras elaboradas e complexas, com início em 1992 até 2003, ocasionada pela morte do líder Chorão por overdose de cocaína.
Charlie Brown Jr. conquistou três discos de platina e os seis de ouro entre 1997 e 2005. Antes da era do streaming, esses títulos eram verdadeiros representantes da amplitude da banda no cenário musical nacional.
As canções são autobiográficas e o single Confisco, do álbum Preço Curto… Prazo Longo, lançado em 1999, conta sobre uma situação com um oficial de justiça vivida pelo próprio Chorão ao ser despejado:
“Dez horas da manhã, a campainha tocou
O oficial de justiça logo ele avistou
Eu tenho aqui uma intimação,
o senhor saia daqui!
Mas antes eu vou confiscar o que tiver aqui.
[…]
Eu confisco! Eu confisco!
Eu sou da lei seu trouxa, eu confisco!”
A Lei nº 8.245, de 1991, no artigo 5º diz o seguinte: “Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo”, ou seja, a situação vivida pelo vocalista.
Oficiais de justiça são magistrados que materializam a aplicação da lei ao caso concreto, com notificações de ações até a casa ou endereço fixo dos julgados.
Em suma, só os loucos sabem o que é ser despejado, certo?
#2 Raul Seixas – Cowboy fora da lei
Toca Raul! Quem nunca ouviu essa frase num show de rock nacional? Raul Seixas, outro grande ícone da música popular brasileira, foi um dos pioneiros do ritmo no Brasil.
Cowboy fora da lei teve lançamento em março de 1987, no álbum Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!, que permanece atemporal e interpretada por cantores nos quatro cantos do país.
Fez 17 discos, teve 26 anos de carreira, e gostava de tratar de assuntos relacionados à psicologia, filosofia, teologia. Conhecido popularmente como maluco beleza, Raul faleceu em 1989 de pancreatite aguda, causada pelo excesso de álcool no organismo.
Cowboy fora da lei foi tema da novela Brega & Chique, da Rede Globo, tornando-se um ícone de uma geração. A música trata explicitamente do direito eleitoral e do perigo que é a idolatria de grandes nomes e figuras políticas.
“Mamãe, não quero ser prefeito
Pode ser que eu seja eleito
[…]
Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy
Cowboy fora da lei.”
Com mais de 20 anos após a criação, a composição de Raul permanece intacta, sem dúvidas.
#3 Luiz Inácio (300 Picaretas) – Os Paralamas do Sucesso
Hebert Viana, Bi Ribeiro e João Barone são os integrantes do Paralamas do Sucesso, uma das bandas de rock nacional mais tradicionais do cenário musical brasileiro.
Explodiram no anos 80 e estão por aí fazendo shows por todo o país, com o primeiro sucesso Vital e sua moto de 1983. De lá para cá foram vinte CDs, sendo 2 inéditos, um em castelhano e outro de versões nunca lançadas.
A canção Luiz Inácio (300 Picaretas) foi composta por Hebert, no EP Vamo batê Lata, em 1995. Inspirada nos anões do orçamento, um escândalo de fraudes com recursos do Orçamento da União nos anos 90.
Com inspirações no funk e no baião, a canção cita diversos símbolos do universo jurídico e político, como o anel de formatura:
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
[…]
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica sua própria lei
[…]
Paralamas continua sendo uma banda atual que une gerações.
#4 Miséria S.A. – O Rappa
Calma, sabemos que O Rappa não é bem uma banda de rock. Porém, recebe grandes influências no segmento nas composições. Desde 1993 no cenário musical nacional, Marcelo Falcão, líder da banda, é uma das figuras mais icônicas dos integrantes.
O segundo álbum da banda é o mais expressivo e ganhou grande projeção a partir dele, chamado Rappa Mundi, de 1996.
E o single Miséria S.A. é justamente do álbum citado acima e que contaremos as influências jurídicas na letra:
“Senhoras e senhores estamos aqui
Pedindo uma ajuda por necessidade
Pois tenho irmão doente em casa
Qualquer trocadinho é bem recebido
É o que lhes deseja
A miséria S.A
Que acabou de falar”
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo XVII, inciso 1, “todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.”
A miséria também é considerada como uma violação dos direitos humanos, e a necessidade do Estado de realizar políticas públicas para erradicação.
E você? Qual música sugere para o BLOG do CPJUR que trata do Direito no rock nacional? Comente abaixo! 🙂
Aproveite e leia outros artigos de música. Já tratamos do sertanejo e do samba. Vem mais por aí!